CRÔNICA “INDEPENDENTE OU MORTE!” - 2010
Bom, nós todos do CECAC estamos muitíssimos satisfeitos e sentindo a ressonância de tudo que praticamente acabou de rolar, nesses três dias do FESTIVAL INDEPENDENTE OU MORTE! O nome do Festival inclusive faz justiça, já que tudo ali foi manifestação e realização livre e independente. Todas as bandas maravilhosas, as expressões artísticas que rolaram, o fazer com as próprias mãos da molecada do Parquim.
O I.M! desse ano teve por exemplo a intervenção artística do projeto "Hip Roça", da rapaziada de Paraibuna-SP (Coletivo Maiêutica) que complementou os muros da escola que fica do lado do Parquim, com um lindo tema (tal muro já havia sido iniciado pelo grafite da turma do Kall no Festival Caipiro Rock desse ano). No domingão Artur do Coletivo Enxame de Bauru, fez uma super oficina de Malabares, enquanto o Dj Edmar (de longa data um dos expoentes do Hip Hop serranense), mandava muito bem no som, dando pilha total para a rapaziada da Dança de Rua do Parquim que estava lá, suando no quente domingo de inverno. Também no domingo, a turma do Zibaldani, grupo teatral parceiro do Coletivo Fuligem, fez uma cena super engraçada e super interativa. Parabéns ao grupo pela arte que contaminou todos nós. E as bandas foram incríveis, mostraram que todos coletivos presentes tem em seu cardápio uma qualidade impressionante a ser explorado, mais do que prontas para circular. Vamos falar delas? O Projeto Paiero de Franca, meninos do Guerrilha Gig com um som fino, sutil e super honesto. Composições lindas numa roupagem saborosa. Zidzilda, banda de São Simão, som quadrado, de gráfico, com melodia na voz e letras envolventes. Pé de Macaco de Bauru, rock e malemolência, maravilha. Também tivemos UDJC de Guaxupé, os mineiros passam uma sensação esquisita que nos faz olharmos para nós mesmos num sentimento de provocação total. Debochados e anárquicos. O Sol Nascente de Serrana, com música agradável e raízes caipiras, e The Snobs de Paraibuna, esses nem tem como falar tanto, são demais mesmo, trazendo um rock com arranjos lindos e um sentimento de localidade sem igual. Quando uma banda toca com aquela emoção toda vale a pena (é como baixar a guarda e não se sentir enganados). A banda de Ribeirão Preto Dom Amaro, três lindas guitarras no palco e arranjos encaixados na dose certa. Com tudo, tivemos ainda a agradável e inovadora presença do Na Cunna de Minas Gerais. Grupo que conseguiu provocar um nível de percepção musical diferenciado (talvez nunca visto antes por aqui). Tambores de Minas, Congo com estudos musicais únicos. Além é claro da linda voz de Ravi. Os mineiros com aquele jeitinho típico, conquistaram nossos corações. Lembrando que o Na Cunna, não só se apresentou no Festival (nos escombros do Parquim tocando a todos com sua música), mas também deram uma excelente aula introdutória para uma leva de alunos novos do CECAC na manhã de domingo. Além de tudo isso aqui registrado, tivemos o futebol típico de Serrana, onde o Zé Rodão Contra a Rapa meteu uma sonora goleada de 13 a 3 no Tapioca F.C., time formado pelos novos roqueiros do Parquim, os mesmos que de noite, no Recital dos Alunos do CECAC, fizeram sem sombra de dúvida uma das apresentação mais divertida e roqueira do ano lá dentro do CECAC (Calistoga, Rinoceroute e Nevilton tão nessa juntos também). Até Paulinho Zema cantou (deus salve o rock meu amigo, ninguém pode mudar o sentimento do Parquim). Eu poderia escrever aqui muitos outros “aléns” que aconteceu nesse Independente ou Morte, pois tivemos três dias de trocas intensas e amizades verdadeiras consolidadas. Aos que tiveram paciência de ler essa crônica sincera, saibam que o recado do CECAC é: “Todos que aqui estamos, por vós esperamos”. Por fim, mais uma fez aconteceu, como sempre acontece por aqui... e o que seria apenas um final de semana árido e quente, foi preenchido por experiências enriquecedoras para todos.
Ricardo Brasileiro e todo CECAC
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Fotos por Leo Otero e Tomate (Fuligem)
